PARIS, 18 JUL (ANSA) – O fundador do partido Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, será julgado pelo crime de incitação ao ódio racial, anunciou a Justiça francesa nesta terça-feira (18). O francês de 89 anos terá que responder por ofensas dirigidas ao ator de origem judaica Patrick Bruel em um evento em 2014.   

Também terá que se apresentar ao Tribunal de Paris o atual vice-presidente da legenda, Jean-François Jalkh, que aparece no evento publicado em vídeo na página do Facebook do Frente Nacional.   

À época, durante um comício do FN, Le Pen criticou artistas e intelectuais que se opõem ao partido. Ao falar de Bruel, ele afirmou que “faremos uma fornada da próxima vez” com aqueles que fazem críticas à sigla.   

A frase foi entidade como uma referência aos campos de concentração nazistas e até sua filha, atual presidente do FN, Marine Le Pen, criticou o comentário.   

No ano passado, Le Pen pai se defendeu da acusação e disse que sua referência à palavra “forno” só tinha um conotação antissemita “para os inimigos e os imbecis”.   

Essa não é a primeira vez que o fundador do FN é condenado em um caso envolvendo o nazismo. Em abril de 2016, ele foi obrigado a pagar 30 mil euros em multa, além de indenizar três associações, por afirmar que as câmaras de gás do regime de Adolf Hitler foram “um detalhe” da história da Segunda Guerra Mundial.   

Em 2012, ele foi condenado por negar a existência de crimes contra os direitos humanos durante o Holocausto e dizer que a ocupação da França “não foi desumana”.   

Além de problemas com Marine, as constantes polêmicas declarações de Jean-Marie fizeram com que ele fosse afastado do FN pela própria filha. (ANSA)