• Rafael Faustino
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Celular antes de dormir ; queda na produtividade ; luz azul ; celular na cama ; smartphone ; insônia ;  (Foto: Thinkstock)

(Foto: Thinkstock)

Já há alguns anos surgem estudos que mostram a luz azul como a principal responsável pelo nosso desconforto ao permanecer muito tempo olhando para uma tela, como de um smartphone ou computador. Até por isso, fabricantes começaram a incluir nos aparelhos a opção de “desligar” esse tom, principalmente para o uso noturno, quando a claridade da tela sobressai.

Uma nova pesquisa, entretanto, mostra que o problema é pior do que se imaginava. Segundo pesquisadores da Universidade de Toledo, que fica em Ohio, nos Estados Unidos, a luz azul das telas deixa algumas moléculas do olho tóxicas e pode levar à cegueira no longo prazo.

“Estamos continuamente expostos à luz azul, e a córnea e a retina do olho não conseguem refleti-la”, diz Ajith Karunarathne, professor no departamento de bioquímica da universidade e um dos autores do estudo. "Não é segredo que a luz azul machuca nossa visão e danifica a retina de nossos olhos. Mas nosso estudo mostra como isso acontece”.

A luz cria, afirmam os cientistas, um verdadeiro veneno nos olhos humanos, que desgasta constantemente o globo ocular e gera degeneração macular, uma das causas mais habituais de cegueira nos mais velhos.

A degeneração acontece quando nossos fotorreceptores — células sensíveis à luz em nossos olhos — morrem, o que acontece geralmente pela ação do retinal, substância formada no processo de oxidação da vitamina A. É justamente isso que a luz azul faz: acelera a formação de um retinal tóxico, que dissolve as membranas dos fotorreceptores e, com o tempo, os mata.

“Essa atividade não acontece com as luzes amarela, verde ou vermelha. A toxicidade do retinal estimulada pela luz azul é universal”, afirma Karunarathne. Segundo ele, mais de dois milhões de casos de degeneração macular são descobertos nos Estados Unidos todos os anos.

O cientista diz esperar que a publicação da pesquisa incentive especialistas a desenvolver novas terapias contra a degeneração macular e a criar novos colírios que deem conta do problema.

Uma alternativa, diz ele, é utilizar óculos de sol que filtrem tanto raios ultravioleta quanto a luz azul. Evitar usar os celulares e laptops no escuro, em especial antes de dormir, é outra medida recomendada.